19 julho, 2014

"As pessoas são aquilo que elas amam".

"Aprendo porque amo",

Você, meu grande amor, não teve tempo de cantar a pedagogia da antropofagia. Tempus fugit. Um humano multifacetado, e desses raros que ousam falar de amor, que ousam amar e que, claro, carpe diem. Sempre pensei em tudo que me disse com carinho, como aquela bronca de que é preciso ouvir. Sabe quando dizia que lemos um livro pra devorar alguém que amamos muito? Pois é, lembrei do primeiro livro seu que li, já depois de te conhecer, em um determinado assunto pausei, fechei deixando a mão como marcador e disse (não, não pensei, eu disse mesmo pra quem quer que pudesse ouvir no ponto de ônibus): "independente do que você pensar sobre esse assunto eu amo você e isso não vai mudar", obviamente não me decepcionei.
Soube que estava mal, chorei, tive medo, e hoje choro novamente, um choro triste, e por isso já peço perdão, mas entenda como é difícil me despedir de alguém que sequer pude abraçar, fora o arrependimento de ter tido a chance, lembra daquele encontro com Gondim em SP que você, já debilitado, carimbou os livros em vez de autografar? Juro que não me importaria (desde que eu tivesse meu abraço). Entenda minhas lágrimas também como gratidão pelo prazer que sempre me causou, por trazer um pouco de calma nos meus piores dias, por me ensinar esperança, me ensinar descontração, me ensinar a não ser idiota e deixar de lado as certezas (nisso eu acho que tenho me saído muito bem, melhor que em escutar, confesso), por ser a minha quase salvação. O que me consola nisso que espero ser apenas uma transformação é saber que continuará VIVO EM MIM, e que por te amar:
DEVOREI, DEVORO, DEVORAREI...
Ao meu melhor contador de histórias, poeta, entre tantas outras faces, Rubem Lindo Divo Alves.