Eu estava em cima de um muro, no
alto do nada ou do céu – não sei ao certo, tremendo de medo e tentando me
equilibrar. Eu podia ver o Chorinho descendo uma escada até chegar numa
superfície e me chamar, desesperada, gritava por ajuda e tentava de alguma
forma me movimentar naquele muro que não tinha nada de seguro. O Chorinho - tendo
então escutado o meu pedido - já estava novamente próximo ao alto da escada, eu
sabia que ele dizia algo confortador, mas o medo não me permitia entender o quê.
A escada era de corda e madeira e, estando ela presa no meio do nada, girava
com o peso do Chorinho, o que me causava ainda mais pavor. Quando finalmente
alcancei a escada percebi que o degrau necessitava ser montado para fixar o pé
e então descer. Antes mesmo de tentar, acho até que disposta a desistir, o
Chorinho, pouco distante de mim, foi montando os degraus conforme eu ia (em
estado de oração) descendo, até chegarmos juntos ao fim do meu sonho.